Aí de nós
De pé em campo minado
Com a mente em pânico
Talvez só me reste um passo
Ou mais um após o primeiro.
Estou só nesta decisão
Que é so minha
Sem depender de conselhos sóbrios
Com lagrimas já por todo corpo
Por todos choradas
E portas abertas pro umbral das almas
Entre arvores velhas ressecadas
Pântanos lamacento imundos
Onde estou indo sem destino
Até meu resgate
Não há desejos de vingança
Em mim
Apenas coragem pra reagir
Às injustiças gratuitas
Temo o inverno
O inferno gelado
Do ultimo ano
Da minha geração
A folha queimada viva
A árvore nova despida
A independência acorrentada.
Rua alagada apagada
Do mapa
Casas sem paredes, sem tapetes
Crias desgarradas.
Uma, duas, tres e mais
Crianças sem uma mão
Pra segurar seus medos
Tomam um rumo sem segredos
É tudo real
O bem e o mau vivendo lado a lado
Um preocupado com o outro
O outro preocupado com a proxima refeição
É tudo verdade
O choro apenas lubrifica os olhos
O lamento entristece a alma
Picar o sonho
Invento
Inverno
Inferno
Salvo calvo
Chego
Cego
Tiro o giro
Do girau
A água agoa
A magoa
Magoa
A toa
Atua a tua atuação
Toco
A touca
Esfria o gelo
Congelo o sonho
Até depois
Do futuro
Amanhã
A manha
Tira a manta
Encanta o frio
Tira a tira
Da roupa suja
Lavada em casa
E uma lagrima
Porque
Vc partiu
E riu no fim.
A cama
Acamada
Ainda armada
Encobre o sonho
Disperso
Atravessei o rio
De ponta a ponta
De conta em conta
Pagando toda divida
Contraída
Doença mau da vida
A morte chega
E irrita quem
Não queria morrer
Meu endereço é esse.