Nas entranhas da poesia...

 

Olhem vós, tudo que dela sai

Suspiros, sensações, ais

O poeta chora ao escrever

Porém, antes de expô-la, reler

 

A poesia é vingativa

É uma deusa, uma diva

Se retorce como no sexo

Busca a essência sem nexo

 

A obra dele tem paz e lhe acalma

Rimas saem pelos poros e pela alma

A madrugada, enfim, vem lhe consolar

Pelo amor perdido ou por um novo amar

 

Não há mais nada a fazer, se não amar

Essa louca desvairada e por ela se apaixonar

Está em cima de um pedestal de ouro

Te olha firme, séria, um quase agouro

 

A poesia tem sangue fervente e ele jorra

Sua vez de vingar-se do poeta, da desforra

A mão do poeta sangra e machuca

A poesia não é certa, é uma maluca

 

Suas rimas são seus desejos loucos

Que vão nos tomando aos poucos

Deixando-nos insanos e dilacerados

Mas por ela eternos apaixonados

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 23/03/2024
Reeditado em 24/03/2024
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