Se disse desdigo

confessei minha ignorância

matei aquela ânsia

de provar, de ser prova

ou testemunha

crimes

aos montes

cometi

sem hesitar

transferi para o papel

meus erros

muitos inacreditáveis

de grafia, contábeis

mas o fato é que escrevi

passei para o papel

esse verso,

que é meu

e que divido contigo

peço atenção,

sim, quero ser lido

e ouvido

quero que meu verso,

errado e amorfo,

seja mais que um estofo

quero o desconsolo e o desconforto

acordei e fiz versos

de improviso

para o meu filho,

perdi o juízo

e, se ontem, o que disse

desdigo

é porque sou imperfeito

mas, hoje, nem ligo

Eduardo Silveira de Menezes
Enviado por Eduardo Silveira de Menezes em 03/04/2024
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T8033884
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