Eu, metades...
Sou metade indecisão,
deste poema sem memória.
Da glória de saber-me inteira
no espelho que oculta-me, sou
humana, derradeira.
Sou metade acertos neste
jogo de razões emotivas.
Sou quase palavra rasgada
do verbo amar...
Sou quase o próprio espelho
dos meus olhos profundos.
A imensidão do mar, afoga-me
e eu gosto disto.
Sou indecifrável, quando estou
assim, vulnerável a mim....
Sou pronúncia afável, dita
sem pressa, não sei ditar as
regras...
Então, deito- me na concha
dos meus pensamentos...
E o mar, leva-me...
Sem pressa de saber-me
tão intensamente humana,
reviro- me ao sabor das ondas,
do vento, das memórias...