A Louca

A louca.

Gritando drasticamente em altos brados,

A vizinhança inteira causa espanto,

Mistura com freqüência riso e pranto

Injuria e palavrões intercalados.

Os próprios filhos são ameaçados

De “facas na barriga” e de pauladas

Suas pupilas ficam tão dilatadas

Quase encobrindo as íris inteiramente,

E as faces com o rosado diferente

Das crises paranóicas incontroladas.

As vítimas adolescentes são levadas

A uma crise de choro compulsória

E chorando declaram a vida inglória

E oferecem sem pensar facas afiadas

Para ter suas vísceras trespassadas

Pela mãe que ameaça impunemente

Achando que talvez por ser demente

Este seu ato tão cruel e destrutivo

Não ameaça e destroe este ser vivo

Tornando-o um futuro incompetente.

Depois de arrasar completamente

O filho que soluça alto e chora

Sentado a um canto, a megera agora.

Aplica uma estratégia diferente.

Começa a falar tão gentilmente

Com uma voz de atriz quando declama:

...... Filhinho, a mamãe muito te ama!

É você que é culpado e me exaspera

Você sabe, não sou nenhuma fera...

Vou lhe comprar um som e uma cama.....

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 17/01/2008
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