**RESISTÍVEL**

Quero o meu grito.

Que ele venha rouco, santo,

gemido.

Quero o meu poema, torto

morto ou vivo.

Que ele venha isquêmico,

botânico, atrevido.

Que ele venha bêbado, engravatado

deprimido.

Que ele brote feito erva- daninha,

e que sossegue o meu peito

docemente dolorido.

Pois o meu grito é rasgado, é

alterado...indefinido.

E que ele seja verbo, calçada

muro...prurido.

Quero o meu grito.

Que ele venha salgado, ruminado

mal vestido.

Quero o meu poema, sempre...

indicativo.

LuciAne

01/02/2008

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 01/02/2008
Código do texto: T842387
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