**RESISTÍVEL**
Quero o meu grito.
Que ele venha rouco, santo,
gemido.
Quero o meu poema, torto
morto ou vivo.
Que ele venha isquêmico,
botânico, atrevido.
Que ele venha bêbado, engravatado
deprimido.
Que ele brote feito erva- daninha,
e que sossegue o meu peito
docemente dolorido.
Pois o meu grito é rasgado, é
alterado...indefinido.
E que ele seja verbo, calçada
muro...prurido.
Quero o meu grito.
Que ele venha salgado, ruminado
mal vestido.
Quero o meu poema, sempre...
indicativo.
LuciAne
01/02/2008