EU, POENTE...

Olho a rua tão normal,

e eu visceral, querendo

alcançar outros planetas.

Meu passo me guia, mas

a poesia avança em mim,

com unhas e dentes...

Eu deixo, ela faz festa.

Olho os muros desenhados,

os sonhos adolescentes

querendo transgredir.

E eu continuo essa mistura,

litígio, esconderijo e fuga.

Olho coisas comuns, e deliro

imagens celestias...

Postes, velas, castiçais.

E de repente luz e sombra

dormem juntas, enroscam-se

num jogo premeditado...

Nada mais é assim, o resto

são coisas que sobram desta

mente em viagem e escuta...

Em vigília e permuta...

Não troco meus sonhos loucos

por qualquer peça rara.

A poesia é a minha mais cara

vontade de existir, além.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 23/02/2008
Código do texto: T872177
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