EU...ÚTERO
Tarde...agora lá fora arde
uma lua teimosa, uma prosa
entre as estrelas....
Alarde...minhas mãos trêmulas
procuram por palavras, lavra.
Solitude embreagada de pedaços
meus tão sombrios, rios...
Não encontro o ponto final dessa
"coisa" que me consome, some...
Não dilacero o meu sincero gosto
dual, mau...
Sou confusa quando preciso
digerir os meus instintos, tintos...
Sou prolixa, quando não habito
o esconderijo dos meus temores, dores.
Sou visceral, quando o abismo encosta-se
na parede dos meus versos, imersos.
Algum verso sanguíneo enroscado nessa
garganta seca e ávida, implora.
Defloro com os meus dedos, o branco
do improvável...furo-lhe os olhos.
Devoro o assassino...
Depois planto os meus joelhos na
calada dessa noite...vagarosa.
Temerosa, retardo os meus batimentos
cardíacos...
Pulso, pulso...
Adormeço no útero das minhas
mornas sementes...
LuciAne-20:46