EU...ÚTERO

Tarde...agora lá fora arde

uma lua teimosa, uma prosa

entre as estrelas....

Alarde...minhas mãos trêmulas

procuram por palavras, lavra.

Solitude embreagada de pedaços

meus tão sombrios, rios...

Não encontro o ponto final dessa

"coisa" que me consome, some...

Não dilacero o meu sincero gosto

dual, mau...

Sou confusa quando preciso

digerir os meus instintos, tintos...

Sou prolixa, quando não habito

o esconderijo dos meus temores, dores.

Sou visceral, quando o abismo encosta-se

na parede dos meus versos, imersos.

Algum verso sanguíneo enroscado nessa

garganta seca e ávida, implora.

Defloro com os meus dedos, o branco

do improvável...furo-lhe os olhos.

Devoro o assassino...

Depois planto os meus joelhos na

calada dessa noite...vagarosa.

Temerosa, retardo os meus batimentos

cardíacos...

Pulso, pulso...

Adormeço no útero das minhas

mornas sementes...

LuciAne-20:46

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 28/02/2008
Código do texto: T880129
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