ONDE MORA O CALOR

Num gorgeio muito suave
como o pássaro que pede alpiste,
repito, os pedidos de uma ave
pedindo um amor que não existe.

Coração trancado com chave
que no mundo ainda não saiu,
isso, para mim e um entrave
de um mundo que não existiu.

Considero um sintoma muito grave
que nesse meu viver persiste,
sem alegria que o destrave
torna meus dias muito triste.

Sinto-me solto como uma nave
como pássaro, que do ninho fugiu,
espero que em mim logo clave
a flecha do cupido, que ainda não viu.

Nem que em meu coração tudo trave
mas quero, por alguem sentir amor,
quero que a minha alma desbrave
e me mostre, onde mora o calor.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 31/03/2008
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