Antes que o sonho findar

Sempre estive ao seu lado

e o gosto amargo

em minhas pobres mãos.

Não consigo te deixar,

nem posso estar

longe de suas mãos,

cruas mãos,

que me fazem apagar com o papel

que se faz sujo,

e mais sujo

dos borrões de uma vida

triste e,

se faz escrita

antes do sono chegar,

antes do sonho entrar,

nas portas do meu pensamento

tormento, lamento

do sono sem fim.

Longe dos meus e mais perto dos seus,

preciso do abraço, do afago

do armor que faltou.

Longe dos seus e mais perto de Deus,

preciso ser perdoado,

por não ter amado

e chorar porque tudo acabou.

Meu grande amigo,

que me leva,

que me ceva,

que me dá abrigo.

Amigo, grande amigo

agora sou eu e você no jazigo,

com flores, temores

de dias antigos.

Com dores, rubores

de dias perdidos.

Saudade da vida, saudade da morte,

saudade da sorte de amores partidos.

Me lembro no sono

que após o abandono,

sempre em trevas estive contigo,

não quero deixar-lhe amigo,

sozinho,

mas jáz minha hora amigo,

sei que preciso trilhar meu caminho.

Jonatas Macedo
Enviado por Jonatas Macedo em 15/04/2008
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