A peste

Ei-lo chafurdado num licor

Antes, ‘inda de vapores etéreos

O comensal duma pétala em flor

Um néscio e uns tiques aéreos.

Ei-lo na fantasia de minha desgraça

A córnea cristalina e brilhando

Atrás do brilho um rubor

Ele e suas vozes, falhando

Se um anjo têm cada um

Tenho eu o satanás

Vivo na carne da língua

Estou das influências más.

Ele faz frio e me cegou outrora

Mas me recompus e andei

Dei-lhe um tapa nas ventas

Ele chorou e eu... andei.

Derramei seu misérrimo licor

Catei minhas tralhas e fui

O licor, outro a peste tomou

Mas o tapa ardendo na cara.