Fria

No encanto da janela,

ouço-a cair...

E cobrir a rua

de modo tão suave, tão leve,

delicado e inquietante...

Consigo sentir o seu cheiro

quente de ternura.

Ao canto da serra,

consigo ver a textura que tem,

o som que irradia.

E falo a sua cor,

de ar tão puro e altivo

e penso como é feia,

parecendo tão perfeita

aos sentidos que atentam...

Mas, observam,

não conhecem a frieza,

a frieza sentida

ao toca-lhe sem luvas...

E confunde-se com a beleza,

sendo, a neve tão fria...

16 de Dezembro de 2003

Vera Lorena