Matando que se é morte


Um tropel de cavalos velhos, amarelos vícios
De uma gente breve e maltrapilha guerra
Uns e outros a copiarem suas mortes vãs
As batalhas viris, sons cantantes de balas

Tecem o cavalgar de trilhas fugidias zonas
A falecida honra de ser o que se não mantém
Perdidos sonhos em trotes raros de vilões
E nas loucas almas sem andrajos a vestirem

Eis ao longe, o mais arguto, os destemidos
O alazão de cÔres sujas do mandante militar
Outrora este aguerrido fanfarrão das tropas
A salientar na sua apocalíptica malversação

De falidos destinos dos que se fazem zumbis
Ouvem e não escutam que gritam devaneios
Das batalhas infames de guerras destemidas
E são todos sombras do que se fizera tumba

Fantasmas de combalidos seres num arraial
Nascidos de nuvens entre esquinas de covas
Espraiam-se no campo em arrabaldes tôlos
E fazem de si o temor de serem esquecidos

Vem ao distante ocaso o limiar da maldição
Do meu apego ao dedicar minha foice bela
Num constante o depredar desse passado
Levando sem escolha a maldita soldadesca

E vim como sombria visitante quase calada
Pretenciosa mortalidade de quem padeceu
Justos que de injusta ordenança e pecaram
Sem memória de como batalharam mudos!


Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 31/03/2016
Reeditado em 31/03/2016
Código do texto: T5590626
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