MAR ABERTO E TRAIÇOEIRO
Poema relembrando esses tristes refugiados em busca de liberdade e justiça, na voz de uma vítima do mar e dos homens assassinos.
Abriu-se um mar imenso à minha frente,
A convidar-me a navegar nas suas águas,
Pr'além da linha do equador, ao encontro
Dum mundo renovado, meu lindo sonho.
Esse mar aberto por vezes fica encapelado,
Provoca vítimas com a sua ira, naufraga
Barcos de migrantes refugiados, em busca
Da liberdade que nos seus países é negada.
O mar aberto que parece livre, é armadilha
Que se agita sem pejo, conta e uma medida
Certa, arrastando para tal morte, inocentes
Que procuram uma vida livre, entrementes.
Nesse mar aberto traiçoeiro, os naufrágios
São frequentes, perecem crianças e bebés,
Os homens que sobrevivem, têm uma vida
Amarga à sua frente, assim tão perseguida.
Ruy Serrano - 08.09.2016