A um sepulcro

(A última trova)

A matéria é corruptível

O que não é de Deus é perecível

O homem vive no hipersensível

Homem não há que não erre no sensível

Mais do que falhar, a tua crença mentiu,

Não há imortalidade em terras sem Deus

Ante o abando divino, não confies, mesmo nos teus

A profana vida deu-te infindas glorias

Porém, da humanidade só sujaste a história

Semeaste abrolhos que já não se apagam da memória

Vais sucumbir ante a lei do esquecimento

Repousando na tumba, vais sentir o peso do manto

Rogo ao destino que não te tome de leve

Seja te dura a morte, a terra não te seja leve

Atrás do cipreste jaz a negra névoa

A tua sorte voará feito uma ave

O teu anjo vai se esconder atrás da neve

Repousa sem paz! para ti, não há paraíso nem Deus!

Mutxipisi
Enviado por Mutxipisi em 19/11/2016
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