Óbito

Enquanto o outro lado me espiava

Na rua vazia,

Um homem de branco ria.

Do outro lado da calçada

A outra face me dizia:

- Aqui és tua morada

E eu, homem incerto e deserto caminhava

O tudo e o nada ficaram para trás

O homem habita em mim e se desfaz

O homem de branco ria de mim e dizia:

Não és homem

Não há chegada

E eu, fiz de mim homem

Os outros me miravam

Sem riso

Sem fado

Soluçavam

Eu homem afinal

Vi em mim o que não é

o que não virá

E eu, homem que vi o deserto

Vi exatamente o aqui

Estamos todos

Estamos poucos

Os outros são loucos

Velemos nós!

Velai por vós!

velai, algozes!

Fernanda Fauber
Enviado por Fernanda Fauber em 11/05/2017
Código do texto: T5996504
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