VULTO DA MORTE

Abriu-se a porta da desgraça

e um vulto, saindo da fumaça,

veio abraçá-la, distraída,

arrancando-lhe a vida.

Seu corpo tão bonito e perfeito

foi caindo de mau jeito

pelo chão frio da sala,

já desfalecido e sem fala.

Fiquei extremamente abalado

por saber que, a meu lado,

eu acabava de perder

quem na vida só me deu prazer.

Muito chorei de dor e paixão,

enquanto a apertava sobre meu coração.

Infelizmente nada mais pude fazer,

senão deixar meu pranto correr.

Fiquei profundamente decepcionado

e com o peito dilacerado

por saber que naquele dia

findava-se toda minha alegria.

Ela foi tirada de mim

e levada para um triste fim.

Jamais, porém, me esquecerei

daquela que mais amei.

E se hoje vivo sozinho e triste,

é porque nada mais existe,

pra que eu possa me alegrar,

pois nenhuma outra há de ocupar.

O lugar que ainda é daquela

que para mim sempre foi a mais bela.

Nova Serrana (MG), 11 de setembro de 2008.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 29/09/2017
Código do texto: T6128200
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