3º ATO: A RESPOSTA

Por que feres minha criança?

Essa não tem loucura exagerada.

É tão inocente que em profundo sono dorme.

A mãe dela, vendo-a moribunda,

Enterra-a em terra estranha e longínqua,

Longe de carcará.

Carcará absurdo que a belisca,

Como se minha criança fosse burrico novo

Desprovido de alimento e água.

Morre uma criança inocente que a nada fere

Nem pássaro apedreja, nem florzinha igual sabe pisar.

Nem quem a destrata e erra a flecha.

Mesmo tendo provas, como cartas de um baralho

Em mangas de mágico fanfarrão

Sente que pra nada isso serve, pois não sabe punir a admiração.

Não puna a minha criança, porque ela nunca soube matar cachorro a gritos.

Nenhum pensamento obscuro consegue tentar.

A mulher com rosto de criança

Pega a carcaça e veste a cara de carcará.

Se sente com olhos estranhos, mas não sabe beliscar.

Só tem o mesmo quereres que de mim eis tão igual.

Pois sei que em você tem criança brincalhona como a minha.

Não se preocupe com a minha criança

Dela sei cuidar. É fruto maldito de nenhuma defenestração.

DeodatoVC
Enviado por DeodatoVC em 28/12/2017
Código do texto: T6210443
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