A saga de um casal

No dia do seu casamento
Do dia que fizeram aquele juramento
De uma vida alegre e sempiterna
Momentos que não iriam acabar
Uma vida a dois de admiração terna

Num momento aparentemente normal
Dum carteiro que parecia sem importância
Parecia trazer uma encomenda
Algo bem casual
Foi quando abriram aquela sentença
Era uma carta que os deixariam em resiliência

Era uma convocação
Para guerra, a pátria defender
Defender uma pátria apátrida
Porém, por ela poderia morrer

Desde esse dia, ela morreu por dentro
Não queria mais viver
Seu esposo temente
Era um homem consciente
Vez por outra mandava cartas
Cartas de amor
Onde de tristeza bradava
De dor se amargurava
E ela cada vez mais mal amada

Foi numa tarde no meio do nada
Onde ele guerrilhava
Pela vida lutava
Mas como muitos bons soldados
O inimigo a vida o tirava

Foi numa tarde de sol
Que no seu lar trabalhava
De frente dum grande abismo
Sentiu um frio e vento fora do normal que uivava
Parecia um cataclismo

Veio o mesmo homem
Com uma outra carta
Ela a leu e seus olhos vidravam
A carta temerariamente a enviuvava
Ela morreu naquele momento
Não era mais gente
Ao chão prostrou-se o corpo somente
Tinha morrido naquele instante
Um coração que algum dia foi valente
 
Poeta Antonio Ferreira
Enviado por Poeta Antonio Ferreira em 07/02/2018
Reeditado em 12/02/2018
Código do texto: T6247677
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