O fim que deveria vir agora

O meu corpo tem sede de morrer

Todo dia experimento a minha morte

Todo dia abrevio minha vida

E enfim, morrerei eternamente se assim prosseguir.

Todo dia vejo as trevas tomarem conta dos meus pensamentos

E os sentimentos, estão cada vez mais escassos

Embora eu entenda a gravidade disso

Ignoro o fato do meu fardo.

Me condeno todo dia e assisto isso sem dar um basta

O fim que deveria vir agora

Sempre fica para amanhã

E amanhã é um novo hoje

E de novo me vem a maldade de me matar

A cada dia é uma maneira diferente

A cada dia se agrava a minha situação

Todo dia acabo o dia sem um dia se quer com noite

A vítima sou eu

O culpado sou eu

E se alguém tem que cessar, esse sou eu

Quem tem que lutar, também é eu

Eu não dou conta sozinho

Não consigo nem passar uns dia e pouco

Já quedo-me louco

E vou definhando de fininho.

Nada tem sentido

Nada tem gosto

Nada vale a pena

Nada tem cor

Estou de boa aqui

Estou bem assim

Não vou me mexer, não tô afim

Parece que é o fim.

Petrus Sanctae
Enviado por Petrus Sanctae em 21/03/2018
Código do texto: T6286455
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.