Ao finito

Em direção ao finito comum

vamos todos uníssonos

sem distinção ou fulgor.

Nenhuma glória será poupada

ante a foice do ceifador.

Nada poderá ser levado além,

seja cafetina ou freira

Don Juan ou jovem de celibato.

Certo que ele vem, implacável

certeiro como ela mesma

como a própria, inevitável.

Seja na rua, na mesa ou cama,

desnudo, de terno, festeiro,

na rua, padaria, ou até de pijama;

tomando finas rimas

Ou piegas como esta.

Virá, na hora mandada,

fiel e com pontaria,

nos acertará na moleira,

no peito, barriga ou cóccix.

Inteiros ou aos pedaços,

inchados ou magrelos,

gordos ou gatos pesteados,

exultantes ou depressivos.

Interromperá festas, alegrias,

separará casais, filhos e pais.

Porá fim à presença,

quebrantará o grande,

o igualará ao simplório e tosco.

Não sobrará orgulho ou altivez,

vergonha ou desenvoltura.

Espero agora a nossa vez.

Neilton Domingues
Enviado por Neilton Domingues em 15/05/2018
Reeditado em 15/05/2018
Código do texto: T6337274
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