Pó
No fim viraremos pó
Como sobras de café moído
Restos de cinzas sem rumo
Como rapé bolada pra fumo
Prontas para o consumo
Dos vermes que destroem
E corroem a pele, o tecido
Vencidos pela lei natural
E esquecidos a baixo do chão
Onde mais nenhum grão de flor
Irá crescer
Onde mais nenhum raio de calor
Irá aquecer
A sete palmos de mãos sobre o chão
No fim seremos então, apenas pó
No fundo profundo do tumulo
Imundo, desconexo do mundo
Apenas um acumulo indigente
O cumulo de tudo inexistente
Enclausurados por um cubo
Nao serviremos de adubo
Nem de estimulos para as semestes
E no fim
Viraremos pó