Miasma
De um ato tão simples saímos
Portão afora com pernadas
Um jardim tão florido.
Seus olhos de avelã
Seu vestido cinza sem vida
Se mesclando com as flores.
Sem navalhas para se cortar
Sem álcool para embebedar
Sem cigarros para chapar.
Pule os corpos amor
Pule os cadáveres!
Não temos tempo pra isso
Não teremos vida longa.
Pule os corpos amor,
Segure minha mão,
Pule as brigas minha amada
Pule as discussões amada...
Dançamos em meio a guerra,
Em meio a tiros e sangue
Esperando partir daqui.
Me desculpe, querida
Mas um beijo arrumará
Um único beijo ajeitará tudo.
Corra das guerras,
Corra das dores deles
Pois não é culpa nossa,
Deixem que morram.
Pule amor,
Pule os cadáveres
Não caia por cima
Será "nojentinho".
Posso sentir o fim chegar
Sinto o sangue escorrer
Me beije pela última vez.
Agora longe disso tudo
Podemos parar para beijar
Enterre o corpo do seu amor.
Então, meu corpo exala Miasma.