Nós não deveríamos nos falar

Óh, como Romeu e Julieta,

você deveria olhar em meus olhos

(estou tão pálido agora quanto quando vivo)

e suas mãos cheias de mosto mortal

e com goles ao meu lado se deitar.

Era uma jornada sem fim,

daqui até sua porta.

Somente pra te entregar,

meus cumprimentos e bom dia.

Em minha cama,

era interminável desespero,

até poder acariciar teu cabelo.

Como quando vou a um lugar,

cheio de pessoas como eu.

Enfim, não te escrevo com pesar,

e espero a mim libertar.

E nós não deveríamos nos falar.

Olhe estática meu rosto sem vida,

que por sorte tratou de sorrir alguma hora.

(Era mero capricho de uma alma sem honra.)

Me estou repetindo e

tonteando fujo sem rumo,

(e flores mortas são amassadas sem pressa)

como a primeira ideia

deste amor absurdo.