Uma fria chuva de inverno...

Quando a morte beijar a vida pela última vez

Como uma fria chuva de inverno

Ou o último suspiro de um homem

Ao debater-se dependurado em uma corda

O Universo derramará suas últimas lágrimas de solidão...

A Morte deixará esse universo sem o triste despojo da carne

Ou o lamentar dos cegos e a esperança dos tolos

Quando a morte beijar a última estrela

Na penumbra da noite apodrecerão também

Os últimos deuses e as últimas canções

Banhada de lágrimas a solidão irá cavalgar

Em seu cavalo negro pelo vale do nada

E até mesmo o universo irá clamar

Em desespero com medo da morte

Morreremos sem deixar porventura uma única alma errante...

Quando a morte selar o contrato com o tempo

E a vida dobrar os seus joelhos

A Esperança que um dia brilhou

Nos olhos de pequenos indivíduos

Que admiravam o céu noturno

Em um passado longínquo

Desaparecerá para sempre

Morreremos sem deixar um único suspiro, uma única sombra...

A lembrança da vida irá se apagar

Com a última estrela a brilhar na escuridão

E os diabos vão chorar abraçados aos deuses

Enquanto o seu reino perece

Na fria epiderme da morte

Morreremos tão completamente

Que o Niilismo irá se tornar a última verdade...

A Única verdade a caminhar pelo vazio

Ao lado da morte como a sua doce amante

Até que um dia a morte ao ler em seu diário

Sobre a sua antiga companheira chamada vida

Chorará lágrimas de sangue degolando-se com a sua própria foice

Morreremos tão completamente

Que o próprio universo deixará de existir..

E a completa ausência da matéria

Tomara conta deste infinito vazio

E o vazio finalmente poderá sorrir para a solidão

beijando-a como uma fria chuva de inverno....

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 30/10/2018
Código do texto: T6490480
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