Lago dos Poetas Mortos

És um sonho que não eis de apetecer lepidamente

Um bote solitário no lago

Inerte no eixo das lágrimas

Revelando um poço lamurioso

Na tibieza álgida da revoada do amanhã

Lobrigo turvamente um vulto inexpressivo

Omisso acabrunhado de defastio

Sem um remo para adejar sozinho

O ínfimo permaneces manietado em seu confinamento

Desesperançoso se derramas plangente

Pranteias agudo de dor

E o bote se afunda das gotas de seu deprimente sofrimento

Descansais deserta alma

Que no próprio cilício dolor

Não se viu alheio de encontrar o exôdo

Fechou os olhos e abraçou o lago dos poetas mortos

Vitor Siqueira
Enviado por Vitor Siqueira em 08/11/2018
Código do texto: T6497962
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