Lago dos Poetas Mortos
És um sonho que não eis de apetecer lepidamente
Um bote solitário no lago
Inerte no eixo das lágrimas
Revelando um poço lamurioso
Na tibieza álgida da revoada do amanhã
Lobrigo turvamente um vulto inexpressivo
Omisso acabrunhado de defastio
Sem um remo para adejar sozinho
O ínfimo permaneces manietado em seu confinamento
Desesperançoso se derramas plangente
Pranteias agudo de dor
E o bote se afunda das gotas de seu deprimente sofrimento
Descansais deserta alma
Que no próprio cilício dolor
Não se viu alheio de encontrar o exôdo
Fechou os olhos e abraçou o lago dos poetas mortos