Morte Eterna

Olha, vê se algo não podes fazer!?

Vê, o tamanho deste meu sofrer

Sofre, também como eu as agruras da dor.

Dói em ti, que eu morra tão só?

Socorre-me, ainda que eu me vá,

Mas não vá dizendo que não me vistes chorar.

Chora, mas não de alegria,

Pois me vistes, neste eterno penar!

Peno, tremo, correndo, me escondo

Na esperança do meu medo passar,

Passo, arrastando minhas correntes

Em meio a rangir de dentes.

Espumo, e aos vermes esconjuro,

Pois deles não hei de escapar,

Ei-la:a morte, que comigo se diverte,

Dizendo-me: não podes mais ficar..

Bem verdade, há muito, aqui não era meu lugar,

Mas vou agora para aquele que me compete.

Esperando nele, jamais te encontrar.

* Diante de Pipoca, uma cadela que parte.