Alforge dos alforjes

Pandemônio esperado, aguardado como certeza

esta que me norteia ou desnorteia.

Me trate como um cafajeste que não sou

porque desses você tem apreço.

Pedaços de tecido tem entregado sua volúpia

esta que você não mais carrega em seu alforge.

Aliás, no seu alforje carrega todo mundo,

todo seu oikos cabe nele, menos eu.

me entristeço em letras minúsculas

nas maiúsculas não adianta mais

me calo na surdina do piston encostado

na bateria sem baquetas, sem pratos.

Nem abaixo minha cabeça e nem os olhos

apenas olho o que está ao alcance dos olhos

esta casa não é minha e nem é meu este lugar

em que latitude me encontrarei.

cordas e vigas poluem meus pensamentos

quero me pendurar em mim mesmo,

ver a paz chegando pelo pescoço

chegando até meus pés.

Tendo o orgasmo dos enforcados

Neilton Domingues
Enviado por Neilton Domingues em 20/11/2019
Código do texto: T6799835
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