Poema – Solitude & Perversão

Eu sou o escravo da perversão divina

Masturbei a mãe de cristo só para vê-la gozar

E em meio aos seus gemidos e contorções

Ela me contou um segredo

Que jamais deveria ser revelado aos Deuses;

‘’ Eu mandei crucificar cristo

Porque ele matava os homens

Com as suas mentiras’’

Há gritos contidos nas paredes do meu quarto

Há sonhos banhados em sangue!

(Que jamais vão se realizar!)

Pois eu vivi tempo o suficiente neste mundo

Para compreender que cada fragmento dos meus pensamentos

São como desejos suicidas

Contidos em meus travesseiros

Com a morte eu flertei durante as minhas noites de insônia

Encarando as janelas trancadas

Imaginando o que há lá fora

Convenci a mim mesmo

Que definhar em meio a estes lençóis

É um ato de bondade

Uma homenagem a aqueles

Dos quais algum dia declarei o meu amor

Falhei em Amar!

Porque não consegui protegê-la

Quando ela mais precisou

Mas venci!

Ao enganar a todos

Dizendo que estava bem

Enquanto planejava me enforcar na manhã seguinte

O que eu me tornei?

A escória dos Poetas

Blasfemando contra os Deuses

Dormindo com prostitutas para saciar a minha sede por sexo

Um pária da sociedade

O ídolo dos loucos e dos suicidas

Me encontro mais uma vez

Sentado nas beiradas sujas da minha cama

Encima de uma poça de sangue seco

Devido a uma tentativa de suicídio aos dezesseis anos

Sozinho (...)

Lamentando os erros que eu adorei cometê-los

Gargalhando como um sátiro com o símbolo do Diabo

Tatuado no braço

Este...

Que me forneceu tudo que eu tenho

Em troca de algumas blasfêmias

E alguns livros em seu nome

Gênio? Aonde estão todos os gênios?

Os homens intelectuais que amavam a solidão

Aprendizes de Sócrates, crias de Platão

Sobraram apenas os suicidas escondidos na calada da noite

Flertando com a chuva fria que cai pelas janelas

Odiando cada segundo de suas vidas miseráveis

Gênios!

Em um mundo de baratas...

Aprendizes de um Poeta louco

Que deitou-se com Freya e Afrodite

Mas casou-se com as Ninfas

‘’ Os únicos deuses que caminharam pela terra

Enforcaram-se por não suportar tamanha sabedoria’’

- Gerson De Rodrigues