Quimera

É, meu bem, foi ali que se fora

O acreditar na aurora em vão

Em dias vividos e horas apagadas

Apenas virara poeira no chão

É, inimigo, crede naquilo que somos

Fomos o que nunca se viu

Outrora, que sempre existiu

E que em outro momento se fora

Assim tão longe, da vida aurora

É, amor, que falta faz a saudade

De tempos incertos, mas crédulos

Da época sem vez e voraz

Do dia que amanhecera sem sol

De dias chuvosos, sem paz

É, amigo, quantas palavras calei

Clamei por alguém nesta terra

Como quem se ladra ao nada

E que do nada, brada-se em vão

Para aqueles que nunca saberão

É, irmão, quanto se há somente o chão

Percorrê-lo-ão, mesmo que em vão

Ainda assim, o pão de cada dia existirá

E nosso amado circo, continuará

Nada de fato, acontecerá

É, vida, foste tão intrigante

Camuflando a defunção

O certo finamento, ao longo de decepções

Foste plena então - o delírio assim sussurrava

Até que o genuíno decesso chegara

Enfim, para romper a ilusão

JulianaRosa
Enviado por JulianaRosa em 10/05/2020
Código do texto: T6943616
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