Ainda não valsei

O revólver na vitrine

Promete alívio instantâneo...

Os prédios altos me convidam

A voar...

As lâminas afiadas tentam meus pulsos

À carícia de seu toque...

Os comprimidos todos prometem

Um sono profundo...

Os carros me desafiam a deter sua louca marcha

Com a força de meu corpo...

Há de ser assim, pois os tempos mudaram

Já não há mais cicuta,

O arsênico anda escasso...

O concreto baniu as árvores altas, o suficiente

Para se armar uma forca...

A noite chega, com seus perigos intensos

A bela Dama de Negro me chama para a dança

Uma valsa envolvente e interminável...

Entre nós, uma esperança burra

Que dói fundo,

Mas insiste, insiste, insiste...

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 26/12/2020
Código do texto: T7144583
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