A lavoura de overdose

Na vórtice dos pensamentos semeio comprimidos em meus campos de angústias.

Planto-os em minha terra interior

e espero a vida desvelar donde

jaz suprimida.

Inda que tudo pareça estéril dentro de mim, penso que a terra há de ser regada com os mares que salgam o meu rosto.

Por um momento esqueço-me da esterilidade adjacente e de todas as tempestivas crises depressivas.

Esqueço-me que agora planto as sementes para ver brotar a grandeza obscena do meu fim.

Hei de ver a última primavera das sombras,

E a poesia confinada em mim, vingará imensas árvores feitas de sangue.

Letícia Sales
Enviado por Letícia Sales em 04/01/2021
Reeditado em 03/03/2022
Código do texto: T7151337
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