VIDA E SUICÍDIO

Ó vontade terrível de despedir-me da vida e dos instintos

Suspirar e dormir eternamente como um anjo

Ó desejo de divorciar-me destes lobos famintos

E sonhar delícias e amores e auroras e contos

Para que viver uma angústia, uma dor diária?

Se o bom é o prazer dos sentidos em flor

De que adianta inteligência com o corpo em dor?

De que adianta boa-vontade se se é um excluído, um pária?

Seguir Platão, Kant, Sartre, Jesus e com fome

Sendo injustiçado, injuriado, incinerado sem nome

De que adianta morrer por um mundo ingrato?

A morte é banquete de misterioso prato

Não fosse o medo de ser veneno ou manjar

Todos a apreciariam ou não pediriam para nascer ou acordar...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 16/01/2021
Código do texto: T7160970
Classificação de conteúdo: seguro