Poema – Insônia Part 4

Poema – Insônia Part 4

Eram duas e vinte e cinco da manhã

Haviam se passado doze horas

Desde a minha ultima tentativa de suicídio

Tudo estava ali, milimetricamente planejado

O Rivotril e o Whisky para amortecer a dor

Da corda que inevitavelmente quebraria o meu pescoço

A carta de suicídio que estrategicamente

Seria encontrada embaixo dos meus pés

E a ultima Poesia

Escrita na ultima pagina do meu ultimo livro

Talvez o meu maior problema fossem as Paranoias

A depressão nunca me incomodou

Mas as paranoias? Elas sim me levavam a loucura

Nas auroras dos meus pensamentos

Definhando na tragédia do meu próprio ser

Encontrei nos escombros da minha mente insana

Sonhos dos quais eu nunca vou realizar

E pesadelos que enfrento sozinho todos os dias

Por fora sou um homem apático

Frio como se nunca pensasse em nada

Com um olhar distante

Enfrentando demônios dos quais

Vocês nunca compreenderiam

Afinal, o é a compreensão?

Para um homem que vive com vozes na sua própria mente

Que desconhece a realidade dos quais os cientistas tanto lutam

Para nos revelar em cálculos matemáticos e filosofias vazias

Naquele quarto sozinho

Encarando a corda e o rivotril

Há tantas vozes gritando na minha mente

Que tampouco conheço o sentido da palavra solidão

Estas paranoias que me assombram desde a infância

São tão vividas quanto a realidade diante dos meus olhos

Sou um homem doente

Definhando nos escombros da minha própria mente

Compartilhando com o nada as minhas dores

Com os olhos fechados subo até a cadeira

Então deito nos braços da morte

Como uma criança morta

Deita nos braços da própria mãe

Sinto a corda quebrando o meu pescoço

O meu corpo se debatendo em agonia

As unhas arranhando as paredes

Eram duas e vinte e cinco da manhã

Haviam se passado doze horas

Desde a minha ultima tentativa de suicídio

Tudo estava ali, milimetricamente planejado

O Rivotril e o Whisky para amortecer a dor

Da corda que inevitavelmente quebraria o meu pescoço

A carta de suicídio que estrategicamente

Seria encontrada embaixo dos meus pés

E a ultima Poesia

Escrita na ultima pagina do meu ultimo livro...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 09/07/2021
Reeditado em 09/07/2021
Código do texto: T7296114
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