ÍCAROS
Saltam as almas: do céu, do inferno, das casas.
Saltam, virtuosas, mansas; sem asas
Despencam dos escombros das palavras
- Que nunca falaram!
Voam, à gravidade ipetuosa dos desejos.
Voam, em declínio, ao abrigo de seus medos;
Flutuam na memoria dos segredos
- Que nunca contaram!
Caem frescas, pesarosas, certas, encantadas.
Caem, silenciosas, sem aviso, e cansadas
Encontram o refugio para as lágrimas
- Que nunca encontraram!