Uma noite sem fim!
 
A hora exata do fatídico...?
 
Ninguém que ainda respirava...
 
Ninguém, que pensava, ainda estar vivo
 
Naquela hora trágica e cruel, desconfiava saber!
 
Correrias... choros... estouros
 
Naquela hora incerta, mais que difícil
 
Correr... Correr e torcer para escapar do sinistro...
 
Que não tinha cara, mas um apetite voraz e mordaz
 
Correr e não parar...
 
Era a única coisa plausível, a se tentar...
 
Sem parar..., e se pensar em fazer!
 
 O horário preciso do assombro...?
 
Ninguém que ainda nutria reles esperanças...
 
Ninguém, que se julgava estar a salvo
 
Naquele horário impreciso e angustiante, sabia dizer!
 
Atropelos, lamentos e muitos, muitos gemidos
 
Cada vez mais distorcidos, fracos e distantes
 
Ainda sem se saber a cara e o tamanho do sinistro
 
Entontecidos, sem se verem, um ao outro
 
...quem sabe, poderem tentar se ajudar
 
Correr...correr e não ventilar parar...
 
Se apresentava, como a única coisa sana
 
A se fazer, sem poder parar de correr!
 
 O momento marcado de tal calamidade?
 
Ninguém que ainda verbalizasse reticentes sussurros
 
Ninguém, que sequer desconfiasse poder escapar...
 
Naquele momento aturdido e penoso, conjuminava as ideias!
 
Águas torrentes, gentes passando e sons assemelhados ao de morte
 
Naquele momento, que parecia não ter mais fim, nem sortes
 
Correr... fazendo o possível pra fugir
 
Tentar escapar daquilo que veio sem avisar
 
E que naquele momento nefasto,
 
Pouco ou nada mais a se fazer, restava!
 
 A hora exata...?
 
O horário preciso...?
 
O momento marcado...?
 
Esses..., nem o grande relógio
 
Da pequena igrejinha do lugar
 
Conseguirá mais dizer, pois não restaram mais pedras...
 
Somente ruinas, entulhos de animais e gentes
 
E só...
 
O Dó!
 
EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 28/03/2022
Reeditado em 28/03/2022
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