Dentro da caixa

Quando eu estiver na caixa

Naquela de madeira e sem vida

Não chores aí de cabeça baixa

Não valho essa nobre despedida

Só me deixe ali quietinho

Não finja um amor que não existe

Os vermes já vem de mansinho

Pra me corroer o que inda existe

É assim mesmo que funciona

Sou corpo agora, frio e tão morto

Nenhuma dor me acompanha

A minh'alma se foi inda à pouco

O que ficou de tudo isso

Foram apenas as minhas memórias

Já não corro nenhum risco

Já foi escrita toda minha história

Agora é descanso eterno

E essa caixa se tornou minha casa

Junto só tem um caderno

De toda poesia que declamava.

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 02/06/2022
Reeditado em 02/06/2022
Código do texto: T7529195
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