Poema - Versos de um mesmo adeus

Poema – Versos de um mesmo adeus

Eu já estava cansado

Era como se existisse um vazio em meu peito

Uma saudade, um buraco, um tumor

Que se expandia na minha alma

Um abismo tão profundo

Aonde nasciam flores cobertas de sangue

Regadas por amarguras, traumas e demência

Eu não podia ser alguém normal

E fingir que não estava morrendo aos poucos

Mas eu tentava...

Como se Cristo a cada martelada

Nas suas mãos cheias de feridas

Fosse obrigado a sorrir

Como se a dor e o ódio

Não estivesse consumindo sua alma

A diferença Poética

Entre Cristo e eu

É que as suas feridas foram cicatrizadas

Pelo seu pai Celestial

Enquanto as minhas feridas

Transformam-se em ninhos de baratas

No qual os vermes criam a sua própria religião

E o Deus de toda esta putrefação angustiante

É um homem insano e triste

Que adoece todos os dias...

Não há ninguém que possa me salvar

Ou tampouco compreender os meus martírios

Ainda que no ápice da minha decadência

Eu tente todos os dias

Demonstrar ao mundo

Um pouco de humanidade

Se toda a filosofia humana

Fosse baseada nos pensamentos

De um suicida

Hoje não teríamos livros capazes

De ensinar sabedoria ao mundo

Tudo que eu escrevi

Tudo que eu recitei

Todas as metáforas, poesias e filosofias

Podem ser resumida em uma única pintura

Um homem triste e cansado

Enforcado em sua sala de estar

Com um sorriso estampado em seu rosto..

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 05/07/2022
Código do texto: T7553211
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.