Doce veneno

Tua boca, doce veneno.

Que mordisco em gomo de lábio.

Desce suavemente sorvido

No meu castanho entranhado.

Teu beijo paciente respiro

De eras e eras vadio

Chega em tempo de espera

Esfrega no chão meu sentido.

Teu corpo paraíso esquecido

Camuflado em brios desnudos

Escraviza meu senso, meu sangue

Segredo de dias partidos.

Te mordo, te rasgo, mutilo

Vampiro a comer o teu resto

Sobra passado esquecido

Nascido no tempo da fera.

E fera é bicho malícia

Devora sendo devorado

Come o passado no hoje

E vomita o corpo gelado.