TRIBUTO

Hoje sei, não morri ontem

Vivo estou ainda agora

Amanhã, não me contem

Ninguém sabe a nossa hora.

O que vivi aínda é insuficiente

Não almejo louros e glórias

Muito tenho em minha mente

Quero ainda viver muitas histórias.

Vivemos momentos absolutos

Você que me estima de verdade,

Quando morrer não quero tributos

Basta o silêncio, não quero alarde.

Longe de receber homenagem

Nao sofra, não sinta saudade

Afinal é apenas uma viagem

Da qual partiremos, cedo ou tarde.

Estamos todos fadados ao óbito

Seja pobre, rico, ou o remediado

Todos se vão, do péssimo ao ótimo

Não escapa o certo e nem o errado.

Serei mais uma estrela no universo

Habitando o mundo da eternidade

Transformado em rimas de um verso, Sonhando sonhos de verdade

Não quero ser nome de avenida

Isso não tem a menor graça

Rogo dignidade após vida

Sem ser referência de uma praça.

Vista-me e esqueça o luto

Não dispense o meu terno novo

O final aqui é certo, é resoluto

Mereço chegar lá bem garboso

Algo ainda eu te peço

Dispenso choro, flores e velas

Na cabeceira do meu leito

Um quadro com a foto dela.

Ao lado do meu corpo inerte,

Enquanto o espírito dele se separa,

Antes que a alma por lá desperte,

Ligue o som com as canções do Taiguara.

Samuel De Leonardo (Tute)
Enviado por Samuel De Leonardo (Tute) em 14/02/2024
Reeditado em 14/02/2024
Código do texto: T7998755
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