Acabou a mana
Eu parei de eternizar pessoas em versos
Pois a vida é bela nas linhas da poesia
O Destino é quem deixa os trechos tão controversos
Por isso a vida é um sopro que dispersa a fantasia
Não é a morte que me causa um doer
Nem medo em crise de mortalidade
É o preço de ainda permanecer
A dívida da eterna saudade
Eu prometi não nomear mais estrelinhas
Jurei que não voltaria a versificar
Pois a vida, é mais curta que minhas linhas
Nunca dá tempo do poema terminar
Eu vou sentir saudade da indignação
Daquela minha expressão que rechaça
E ao mesmo tempo da diversão
Proporcionada por cada piada sem graça
Engraçado que eu amo o inverno
E ele sempre virá durante Julho
Nos dias mais frios, abrirei meu caderno
E nesse poema, ouvirei seu barulho
Desculpa, o poema chegou tarde!
Desculpa, a vida nos engana!
Desculpa, você nunca foi covarde!
Porra, Júlio! Acabou a mana?
Em memória de Julio Fallace.