Advento

Antecipo-me à morte anunciada

Num advento omisso de natais

É só o reflexo da minha fé cansada

De blasfémias de tantos carnavais

É farto o perú de tantos recheios

Na consoada rica e enfeitada

Lá fora uns olhos comem cheiros

que exalam da chaminé dos telhados

E há muita fome enquanto reza a missa

E o galo canta as 24 badaladas

O olhar triste da freira clarissa

A contrastar com a igreja engalanada

Não há menino num berço de palha

Mas há meus senhores...

Muita pobreza envergonhada!

Fana
Enviado por Fana em 20/12/2010
Código do texto: T2682885
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