A alma do Maribondo

Reamanheço em todas as manhãs

quando eu me acordo sóbrio e vivo!

Viver é amar, sorrir é ser livre.

Intimida-me a infelicidade,

doe-me a tristeza

e sendo rude o desviver, acho a agonia

e já próximo de chorar meu coração me olha,

diz-me com a intenção de alguma glória:

faz um verso, declame-o, beba a vida.

Sou um pai diferente com filhos estranhos,

habito estrelas, sou um faraó sem cama,

moro no olho da rua dentro de casa

e se minha carne amarga, a minha alma é doce.

O velho chegou, o menino foi embora...

e ainda há um verso que chora reclamando,

dizendo-me que família é maribondo

que ferroa e ama, uma praga do vento...

um inchaço que desfigura a face humana e chora.