É Natal
A cidade enche-se de enfeites,
Nos shoppings, nas lojas.
Galardões coloridos na festa máxima dos cristãos,
Que dizem ser.
Com promessas não cumpridas,
Verdades ocultas de si mesmos,
Vão à festa comercial, que oferece
Coisas e mais coisas
Para almas desatentas à própria fome.
De igualdade, dignidade e saber.
Poucos cantam. Raros ouvem,
O encanto da música perdida
Os sons em seus corações invertidos
Não pulsam mais por coisas belas,
Fugitivas, quiçá,
Que alimentavam corações
Onde a esperança ainda vivia.
Empanturrados de comida,
Todos pensam festejar
Na troca de miçangas
Que, esperam,
Falem as palavras de amor
Que não dizem e
Quando dizem, poucos praticam.
Naquela terra,raros lugares celebram
A alegria verdadeira
De nos sentirmos
Irmãos por termos nós nascido
Em terra tão pródiga e por seus filhos traída?