Os heróis e seus natais

Que os parabéns sejam sinceros. Que o natal não seja breve. Que a paz seja a paz que eu espero. Que os meus amigos vivam mais que eu. Que seja nosso do que é meu. Que o natal não seja mera data comemorativa, desculpa pra bebida. Mas que cada um beba o sorriso brando, mas nem sempre branco da criança e seu brinquedo de alegria. E o contágio seja algo muito sagrado e valorizado quando se trata de companheirismo, solidariedade e aquelas outras virtudes que não mudam de nome porque são preciosas demais para serem esquecidas. Que o único esquecimento que tenhamos orgulho não seja do velho celular perdido na esperança de ganhar outro novo, mas aquele esquecimento que deixa as ofensas só pelo simples fato de que nenhum homem é de aço. Que quero aquela força interior humana que vence qualquer percalço e ainda tem forças pra comemorar. Porque quem é humano de verdade não morre na praia. Ele morre nas profundezas tentando salvar ao menos uma alma. O humano de verdade se vestiu de polícia pra fazer o que ninguém tem coragem. O humano de verdade se travestiu de salva-vidas. O gato da vizinha que o diga. O humano de verdade não é egoísta. Ele aprendeu a passar o conhecimento à frente e nos tirou das trevas lamacentas da ignorância. O humano de verdade vende alegrias, nas ruas apertadas, e ganha sorrisos no aperto das mãos cheias de calo. Mas não se cala. Trabalha quando ninguém mais trabalha. Só pra fazer valer o sacerdócio da vida. Alguns humanos de verdade levam vidas de volta pra casa quando eles mesmos não têm casa. A vida é uma solitária corajosa. Que insiste em sorrir. Não se prendem a nada. Nem a preconceitos. Nem a mágoas. Mas que acima de tudo, desejo sobretudo: Não sejamos os mesmos. Que só sejamos nós mesmos. Autênticos e espontâneos; e quebrando os próprios muros que nos desatam dos outros nós de nós mesmos. E nunca se esqueça:

A felicidade do natal para quem você ama é você mesmo.