CONFRATERNIZAÇÃO
CONFRATERNIZAÇÃO
Meu natal significa
uma luz que fica igual
à estrela de Belém.
Natal que já não é de ninguém.
Meu natal complementa as
regiões secas e abandonadas
onde não venta...
Meu natal silencia
quando gritam as espadas
na carne fria.
Ele também se intimida,
se intimida muito! diante da vida.
Centro da vida...
vive o contra senso do espanto.
Meu natal levanta-se,
mas logo ele se esconde:
sua fraqueza é tanta...
Meu natal não me oprime,
pois, nele não vejo nenhum crime.
E há tanto sangue
em sua vestimenta sublime...
Meu natal lamenta-se,
percalços no itinerário,
mas ele representa todos os dias
do meu calendário.
De dias, o meu natal alimenta-se,
e ele mesmo se comemora
mal nasce a sua aurora.
E meu natal sacrifica-se pela luz
que fica na estrela de Belém.
Será este natal realmente de alguém?
O meu natal transforma-se
numa árvore, mudando de forma e
amanhecendo no além
qual estrela de Belém.
O meu natal resume
o que toda adolescência
traz num lume.
O meu natal define-se
por todo este nascimento sublime,
este mesmo natal que fica
dentro da estrela de Belém
que o significa.
O meu natal
guardado na caixa de jóias
do espaço afora.
Assim, lá em cima,
meu natal comemora-se.
Luz que fica, que se acendeu
dentro da estrela de Belém.
Natal, natal que é meu!
Um dia, há de ser seu também...
FERNANDO MEDEIROS
dezembro de 2005