A VALSA DA CHUVA
Entre o suspiro das nuvens
O céu se pôs a chorar
Derramando lágrimas de vidro
Num silencioso molhado estribilho
Uma alva transparente névoa
Deslizava pelas campinas
Numa suave serenidade
O vento dançava com a chuva
Uma úmida valsa bailavam
Iluminados pelas luzes dos raios
Que o céu cinzento enciumado
Descarregava no solo
E as flores desabrigadas
Com suas pétalas molhadas
Curvavam suas hastes soltas
Como se estivessem mortas
E as nuvens desconsoladas
Abandonaram o céu cansadas
E além do horizonte de lágrimas
Surgiu os raios rosas da aurora...