CAÇADA

Foi naquela hora que eu me lembrei

dos passeios à luz de velas

procissões nas quais caçávamos

borboletas da noite.

Na penumbra parecíamos

duas estrelas mergulhando

no mar de escuridão...

Éramos capazes de extrair

da pior treva asas luminosas,

arco-íris voadores

ou então, se estivéssemos com sorte

víamos os casulos se abrindo

e a mágica da vida contrastava

com a turbulência da morte

que logo lhes pegava

as corujas pegavam as pequenas

as aves de rapinas a maioria

as que sobravam iam para nossas redes

e depois as cozinhávamos em fogo brando

para servir suas asas na sopa

que dizia ter poder afrodisíaco.

(Do Livro “Suicídico”)

Diego Duarte,

Poeta solitário

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 12/01/2012
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