COISAS QUE ADMIRO

Admiro o vaga-lume

Na escuridão voando

Com lanternas naturais

Acendendo e apagando

Imitando as estrelas

No infinito piscando

Admiro o João de barro

Sem o barro cozinhar

Construir a sua casa

Sem a chuva desmanchar

Dormir com a porta aberta

Sem medo de a cobra entrar

Admiro é a cobra

Sem ter pernas caminhar

Subir em um coqueiro

De La de cima voltar

Ter veneno em sua boca

E só os outros matar

Admiro o beija-flor

Com ligeireza demais

Parar voando no ar

Seguir pra e pra trás

Esse vôo de macha ré

Somente ele isto faz

E quem nasceu primeiro

Foi o ovo ou a galinha

Se disser que foi o ovo

De onde que ele vinha

Como ele gerou pinto

Se galo ainda não tinha

Admiro a minhoca

Dentro da terra viver

Comendo a mesma terra

Sem a terra lhe comer

Subir pra cima da terra

É sinal que vai chover

Admiro a mulher

Feita de uma costela

Rainha das criaturas

Do que a rosa mais bela

Na obra da criação

Nada existe como ela

Admiro é o homem

Sendo o rei dos animais

Com inteligência e razão

Palavra e outros sinais

Dominar todos os seres

Não poder viver em paz.

Poeta de Várzea Alegre Ceará.

Poesia de: Miguel Alves de Lima (Miguel Delfonso) das Panelas.

Autodidata, Miguel Delfonso era agricultor, e profetizava chuva no sertão.

Casado com: Joana ferreira Lima gerarão dezoito filhos, inclusive eu.

Obs. Essa e outras poesias estão em sua obra. Poesias de Miguel Alves de Lima.

Miguel Alves de Lima
Enviado por PAULO JEZER em 29/01/2012
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