Desértica Saudade

A saudade conspira contra as epopeias do destino

Tentando transviar a dor do seu leito indigesto,

Sufocam-se anátemas vazios que tanto detesto

Para erradicar-se sistemas que provocam desatino.

Nos peremptórios terrenos há cinzas de vulcões desativados

Onde lamaçais e pântanos desnutrem a terra virgem,

Folhas secas que caem dos mais variados matizes tingem

A paisagem do solo infértil de um húmus desconcentrado.

Na vasta planície fecundam-se sonhos de outrora

E em profundos planaltos a esperança vai embora

Deixando-se inóspitas as várzeas solitárias que choram...

Há pecados que a natureza enferma reprime

E uma combustão de ácidos que a poluição imprime

Na desértica impressão que uma casuística saudade desfolha!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/04/2012
Código do texto: T3601111
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